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DIABETES EM IDOSOS: DA PREVENÇÃO AOS CUIDADOS ESSENCIAIS

Novembro é conhecido como o mês mundial de conscientização sobre o Diabetes, uma campanha marcada pela cor azul. Esta é uma doença que, muitas vezes, chega de forma silenciosa, mas que tem um impacto profundo na saúde, especialmente da população idosa.

O diabetes é uma das condições crônicas que mais causam complicações em outras áreas da saúde. Ele pode agravar problemas cardíacos, dificultar a recuperação de cirurgias e aumentar drasticamente o risco de eventos graves, como o AVC.

Entender o que é o diabetes, como se prevenir e os cuidados que ele exige é o primeiro passo para uma vida mais longa e com mais qualidade.

O que é o diabetes, de forma simples?

Pense no seu corpo como uma casa que precisa de energia (glicose, ou “açúcar” no sangue) para funcionar. Para que essa energia entre nas células (nos cômodos da casa), ela precisa de uma “chave”, que é um hormônio chamado insulina.

O diabetes acontece de duas formas principais:

  1. Tipo 1: o corpo não produz a chave (insulina).
  2. Tipo 2: o corpo produz a chave, mas ela não funciona direito (resistência à insulina), ou não produz o suficiente. Este é o tipo mais comum, correspondendo a mais de 90% dos casos, e está diretamente ligado ao estilo de vida e ao envelhecimento.

Quando a energia (glicose) não consegue entrar nas células, ela fica sobrando no sangue, causando a hiperglicemia.

Os riscos silenciosos: por que o diabetes é tão perigoso?

O grande problema do diabetes é que o excesso de glicose no sangue age como um “fermento” que vai, lentamente, danificando todo o organismo, principalmente os vasos sanguíneos.

É por isso que o diabetes, quando não controlado, é um dos maiores fatores de risco para:

  • Doenças Cardíacas: aumenta o risco de infarto, pois danifica as artérias do coração.
  • AVC (Derrame): danifica as artérias que levam sangue ao cérebro.
  • Insuficiência Renal: afeta os pequenos vasos dos rins, podendo levar à necessidade de hemodiálise.
  • Problemas de Visão: pode causar a retinopatia diabética, uma das principais causas de cegueira.
  • Neuropatia e Amputações: causa danos nos nervos (principalmente das pernas e pés) e dificulta a circulação. Isso diminui a sensibilidade e atrapalha a cicatrização, tornando um pequeno ferimento no pé um risco grave de infecção e amputação.

O alerta redobrado: Diabetes em idosos

Em pacientes idosos, o diabetes exige uma atenção ainda mais especializada. A fragilidade natural da idade, somada ao diabetes, cria um cenário de alto risco.

Um idoso com diabetes descontrolado que sofre uma queda e precisa de uma cirurgia de fêmur, por exemplo, terá uma recuperação muito mais difícil. Os níveis elevados de glicose atrapalham a cicatrização da cirurgia e aumentam o risco de infecções hospitalares.

Além disso, a neuropatia diabética (perda de sensibilidade nos pés) aumenta o risco de quedas, que são um dos maiores temores na geriatria.

Como se prevenir? A mudança começa hoje!

A prevenção do Diabetes Tipo 2 está diretamente ligada ao estilo de vida. As duas principais ferramentas são:

  1. Alimentação saudável: reduzir o consumo de açúcar, farinhas brancas e alimentos ultraprocessados. Priorizar comida “de verdade”: legumes, verduras, grãos integrais, proteínas magras e gorduras boas.
  2. Atividade física regular: o exercício ajuda o corpo a usar melhor a insulina (a “chave”). Manter o corpo em movimento é fundamental para manter o peso sob controle e a glicose baixa.

Fui diagnosticado. E agora? 

Para quem já tem o diagnóstico, o controle é a chave para evitar complicações. O tratamento se baseia em quatro pilares:

  1. Medicação: seja insulina ou comprimidos, a adesão ao tratamento prescrito pelo médico é inegociável.
  2. Dieta específica: o nutricionista é o profissional que ajustará a dieta para controlar a glicemia sem causar desnutrição.
  3. Monitoramento: medir a glicose em casa (com o glicosímetro) é vital para saber como o corpo está reagindo aos alimentos e aos remédios.
  4. O cuidado com os pés: o idoso diabético deve inspecionar os pés todos os dias em busca de qualquer corte, bolha ou vermelhidão, pois ele pode não sentir se algo estiver errado.

A reabilitação do paciente diabético: o papel da Paulo de Tarso

O paciente diabético, especialmente o idoso que está se recuperando de um AVC, de uma cirurgia ou de uma infecção, é um paciente complexo. Ele não precisa apenas de fisioterapia para o joelho operado; ele precisa de um cuidado integral que controle seu diabetes ao mesmo tempo.

Na Clínica de Transição Paulo de Tarso, entendemos essa complexidade. Nossa equipe multidisciplinar não trata apenas a fratura ou o AVC; nós tratamos o paciente.

Contamos com médicos, enfermeiros especializados, nutricionistas para o controle da dieta e fisioterapeutas que adaptam a reabilitação à condição glicêmica do paciente. Esse cuidado integrado é o que garante que o paciente diabético não apenas se recupere, mas o faça com segurança, evitando complicações e retornando para casa mais forte.

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